segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Como ser feliz - Passo1 - Aprenda a real natureza das coisas.

Há algum tempo atrás, comecei a estudar budismo e como todo budista acabei me tornando obcecada por esse tópico, que na verdade é a base do budismo: Como ser feliz o tempo todo, não importa o que aconteça.

Tudo o que vou escrever aqui (e muito mais) você pode encontrar nos livros "Oito passos para a felicidade", "Como solucionar nossos problemas humanos", "Transforme sua vida" ou vários outros do autor Venerável Geshe Kelsang Gyatso.

Bom, vamos direto ao assunto.

O primeiro passo para aprender a ser feliz é entender o que nos faz infeliz, certo?

Geralmente a infelicidade vem da confusão que fazemos na hora de pensar nas coisas que fazem a gente feliz.

A gente geralmente pensa: "Quando eu tiver tal carro, vou ser feliz." "Quando eu tiver tal casa, vou ser feliz." "Quando eu tiver tal companheiro, vou ser feliz." "Quando o mundo for do jeito que eu quero vou ser feliz."

Aí, a gente consegue o carro. Fica muito feliz. Dura 3 meses, aí seu vizinho compra o mesmo carro, só que Turbo, banco que esquenta e friso vermelho no espelhinho. Pronto, bastou pra acabar com a sua felicidade. Seu motor é uma porcaria, seu banco é gelado e agora que você reparou como é feio o carro sem o tal do friso vermelho.

Então, você até que é uma pessoa felizinha, mas pra ser muito feliz mesmo, você precisa da tal casa. Aí, consegue a casa. Linda, perfeita tudo que você sempre quis. Fica feliz que nem se aguenta por seis meses, e então seu cunhado reforma a cozinha e a churrasqueira dele. Pronto, faz seis meses que você comprou a casa e já ficou pequena, a cozinha é horrível e agora você precisa de outra.

Sua felicidade está quase completa, mas pra ser completa mesmo você precisa da mulher/homem dos seus sonhos. Aí, você encontra, vive num mar de rosas, felicidade que não acaba mais... Depois de um ano e meio, vira um pesadelo e você está infeliz novamente.

Bom, Buddha diz que isso acontece porque a gente procura felicidade nos lugares errados. Se a gente começar a entender a natureza das coisas, esse tipo de confusão para de acontecer e a gente começa a procurar felicidade no lugar certo.

Então se a gente pensar bem e usar o raciocínio lógico, faz todo o sentido, olha:

Por que o carro não pode nos fazer feliz? Bom, qual é a natureza do carro? A natureza do carro é fazer a gente feliz? Não, a natureza do carro é transportar, a natureza do carro não é nos fazer feliz.

E a natureza da casa? É te fazer feliz? Não. A natureza da casa é abrigar, não é te fazer feliz.

Tá, mas quando a gente encontra alguém, essa pessoa tem obrigação de fazer a gente feliz, certo?... Errado. A natureza do companheiro é fazer companhia, a natureza do companheiro não é fazer a gente feliz.

A natureza do mundo não é fazer a gente feliz, a natureza do mundo é ser mundo.

Se a gente analisar corretamente a natureza das coisas, vai perceber que poucas coisas, na verdade, apenas uma coisa tem realmente a natureza de nos fazer feliz: nós mesmos, ou melhor, a nossa mente.

Buddha diz que a natureza da nossa mente é ser feliz e que quando a nossa mente está feliz, ficamos felizes o tempo todo com tudo. Nosso carro, nossa casa, nosso companheiro, nosso emprego e nossas escolhas. Ficamos felizes inclusive com as coisas ruins que nos acontecem.

Buscar felicidade fora de nossa mente geralmente causa muito sofrimento, pois não importa o quanto a gente se esforce, as coisas não vão ser exatamente do jeito que a gente quer, simplesmente porque esta não é a natureza delas.

Portanto, cada vez que a gente tenta controlar o incontrolável, a gente só gera sofrimento para nós mesmos e para todo mundo que está em volta.

Ao invés disso, o que podemos fazer é aceitar as coisas do jeito que elas são, prestando atenção e identificando sua natureza.

Quando a gente descobre a natureza das coisas, a gente as liberta e o mais importante, liberta a nós mesmos de ficar tentando incessantemente muda-las quase sempre sem sucesso.

Imagino que assim como eu, você já deve estar exausto e quase desesperado de tentar tanto e nunca conseguir que as coisas sejam como você quer. Então, sabe de uma coisa? Solta!...

No começo é muito difícil abrir mão, soltar, libertar... mas depois de um tempo a gente se sente tão aliviado e tão feliz que começa a entender que aceitar não é sinônimo de fraqueza e sim de coragem.

É preciso muita coragem pra aceitar e começar a mudar, mas por experiência própria posso dizer que em algumas semanas, você já vai ficar assustado ao perceber que não liga mais para coisas que você acreditava que fossem importantíssimas e por causa disso você vai se sentir em paz e vai querer ficar com essa sensação cada vez mais tempo, porque paz interior é felicidade na sua forma mais pura.

Eu obviamente estou começando, falta muito desse caminho ainda pra percorrer, mas tenho certeza que sem a gente perceber, em pouco tempo analisando a real natureza das coisas, estaremos bastante desapegados e desapego é a chave que abre a primeira porta que dá acesso à felicidade.

E eu estou decidida a abrir todas elas!

Bora ser feliz?!

:)